Pressionado pela opinião pública e depois de ter prometido uma passagem de poder pacífica para Joe Biden a 20 de janeiro, Donald Trump endureceu o tom em relação aos apoiantes que invadiram o Capitólio na noite de quarta-feira, a quem tinha antes dirigido palavras de apoio.
O episódio aumentou o coro de críticas a Trump e os pedidos para que seja afastado nestes últimos dias da presidência.
“Os Estados Unidos foram sempre um país de lei e ordem. Os manifestantes que invadiram o Capitólio mancharam a sede da democracia americana. Àqueles que participaram em atos de violência e destruição, eu digo que não representam o nosso país. E àqueles que quebraram a lei, digo que vão pagar. O Congresso certificou os resultados e uma nova administração será inaugurada no dia 20 de janeiro. O meu foco é agora garantir uma transição de poder suave, ordeira e perfeita. Neste momento, precisamos de sarar as feridas e reconciliar-nos”, disse Trump.
Este discurso do presidente em exercício está em claro contraste com o que tem sido a retórica até agora. Trump e o círculo próximo têm insistido na narrativa de que as eleições foram manipuladas. Muitos veem-no como o responsável pelo que aconteceu na quarta-feira.
Uma apoiante de Trump diz que “a marcha em Washington, quarta-feira, foi um movimento patriótico que acabou manchado por algumas pessoas que não eram pacíficas e com quem não tem nada a ver”.
Subiu para cinco o balanço de vítimas mortais da invasão, com a confirmação da morte de um polícia. Entre os mortos está também Ashli Babbit, uma veterana da Força Aérea norte-americana morta a tiro pela polícia quando tentava entrar por uma janela.