O Brasil é o país da América Latina mais atingido pela Covid-19 com mais de 200 mil mortes. Mas muitos brasileiros ainda ignoram a ameaça do vírus.
No Rio de Janeiro, na ala covid do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, já morreram mais de 2600 pessoas, incluindo profissionais de saúde.
A enfermeira Helenice Nevese lembra muitos colegas, técnicos e enfermeiros. “Não tínhamos gente suficiente a aparecer para trabalhar”.
Num país que ainda está a lutar para travar a pandemia – e onde o número de novos casos de Covid-19 continua a aumentar – médicos e enfermeiros enfrentam uma tarefa muito difícil.
Tal como em outras partes do mundo, no início havia falta de formação, medicamentos e de pessoal para lidar com os doentes. E muitos salvaram vidas sem receber um ordenado.
O médico Carlos Vasconcellos conta que conhece casos de pessoal que trabalhou durante mais de seis meses sem receber o salário. O médico aponta o dedo a um “sistema de contratos externos desenhado para cortar custos quando médicos e enfermeiros adoeciamm” e diz que muitos destes profissionais não tinham dinheiro para ficar em casa. “Muitos foram trabalhar com a covid, doentes e com sintomas ligeiros, porque se faltassem não seriam pagos”, revela Carlos Vasconcellos.
No Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, cerca de oito pessoas morrem todos os dias por causa da Covid-19. A enfermeira Vanessa de Albuquerque tem 20 anos de experiência nas urgências e nos cuidados intensivos e garante que “nunca foi tão difícil!