O Congresso americano não aceitou a recusa de Mike Pence de invocar a 25ª Emenda e aprovou uma nova resolução para requerer ao vice-presidente que afaste Donald Trump do poder de uma vez por todas.
Foi um voto mais simbólico do que outra coisa, mas revelador do alento que está a ganhar a corrida ao novo processo de destituição de Trump, acusado de incitar à insurreição que tomou conta do Capitólio e fez cinco mortos. Precisamente com o argumento de travar os apelos à violência, o Youtube anunciou a suspensão temporária da conta do ainda presidente. E a justiça americana está a apertar o cerco.
“O nosso gabinete constituiu um grupo de procuradores especialistas em matéria de segurança nacional e corrupção. As instruções que dei foram de formularem as acusações de apelo à insurreição e conspiração, relativamente aos atos odiosos que tiveram lugar no Capitólio. São acusações que podem resultar em penas de prisão de até 20 anos”, afirmou Michael Sherwin, procurador do Distrito de Columbia.
Nada que pareça perturbar Trump que, progressivamente expulso das redes sociais, fez a primeira aparição pública desde os incidentes em Washington junto ao famoso muro com o México. Uma barreira que o México acabou por não pagar e que ficou em menos de metade dos 1600 quilómetros prometidos.
“Antes de começarmos, queria dizer que a liberdade de expressão está a ser atacada como nunca o foi antes. A 25ª Emenda não tem qualquer risco para mim, mas vai assombrar Joe Biden e a sua administração. Como se costuma dizer: ‘cuidado com o que desejas’. O embuste do impeachment é o seguimento de uma das maiores caça às bruxas na história do nosso país. E está a provocar muita raiva, divisões e dor, o que é perigoso para os Estados Unidos neste período tão delicado”, declarou.
A caminho da tomada de posse de Joe Biden, a 20 de janeiro, Washington mobiliza contingentes da Guarda Nacional. O FBI alerta para a organização de protestos armados pró-Trump na capital e em várias cidades do país.