Depois de um arranque bastante criticado pela morosidade, o governo francês deu um novo impulso ao plano de vacinação contra a Covid-19. Os últimos dados apontam para 70 mil inoculações por dia, num total que ultrapassa agora as 300 mil. Tendo em conta que já passaram mais de duas semanas, demonstra-se assim que o início foi mesmo a conta-gotas.
“Não é uma vacina que tenha sido descoberta há muito tempo. Tive dúvidas por causa dos efeitos secundários. Mas pronto, mesmo assim, há mais benefícios do que interrogações”, dizia uma paciente, num hospital de Paris.
Para o primeiro-ministro francês, o ritmo é aquele que deveria ser e a questão do desperdício de doses, devido à impossibilidade de congelar de novo a vacina, está a ser controlada.
“No final de janeiro, teremos mais de um milhão de pessoas vacinadas, o que era o objetivo inicial. Este resultado não se deve a termos recebido mais doses, mas sim porque acrescentámos mais uma semana para a administração da segunda dose, e assim verificamos muito menos perdas na utilização das doses recebidas”, declarou Castex.
Já o Reino Unido anuncia que vai ter 15 milhões de habitantes inoculados até meados de fevereiro. Para aumentar a capacidade de intervenção, há também farmácias que podem administrar as injeções. Segundo o governo britânico, mais de um terço da população com mais de 80 anos já foi vacinada.
Mas a realidade francesa e britânica está muito longe do que acontece noutros pontos do mundo. Segundo Hans Kluge, diretor regional para a Europa da Organização Mundial de Saúde, “95% das 23,5 milhões de doses já administradas ao nível mundial concentram-se em 10 países. Não podemos permitir que nenhum país, nem nenhuma comunidade sejam abandonados”.
Em Portugal, foram já mais de 80 mil pessoas a receber a primeira dose, entre profissionais de Saúde e funcionários e utentes de lares.
Calcula-se que perto de 1% da população europeia já tenha recebido pelo menos parte da vacina contra a Covid-19.